Um dos estudos mais completos já feito em uma prova de ultramaratona rolou com Kilian Jornet no UTMB 2022 — 172 km, 10.000 m de altimetria, mais de 20h de prova — e tem muita coisa aplicável pra você, corredor amador que vive (e ama) a trilha.
Mediram sangue, urina, cadência, temperatura da pele, pupilas (!) e até cognição.
Foi tipo enfiar um laboratório inteiro dentro da mochila de hidratação (e meus alunos reclamando da mochila do amor).
Mas a melhor parte?
Você não precisa ser o Kilian pra aprender com isso.
1. Um motor que troca de combustível no meio da prova
Imagina seu carro trocando de etanol pra gasolina no meio da serra, sem engasgar.
É assim que o corpo do Kilian funcionou durante a prova:
Triglicerídeos altíssimos → queimando gordura como fonte primária de energia
Lactato também nas alturas → glicólise ativada pra momentos intensos
💡 Na prática, isso é flexibilidade metabólica — o corpo alterna entre queimar gordura e carboidrato com eficiência.
Como desenvolver isso nos seus treinos?
Faça longões com ingestão limitada de carbo (mas com acompanhamento!)
Treine o corpo a funcionar com diferentes fontes de energia
Simule trechos de prova no fim do treino, onde você está mais cansado (e precisa do carbo!)
Rodagens em jejum
treinos moderados/fortes após intervalados
👉 Quanto mais opções de combustível seu corpo tiver, mais longe você vai.
🦶 2. Cadência menor, estratégia maior
Durante o UTMB, Kilian manteve 2,6 passos por segundo — menos do que o “ideal” urbano.
Mas na trilha, menos pode ser mais:
Menos impacto
Mais controle em terrenos técnicos
Menor risco de lesão
🎯 O foco na montanha não é ser rápido sempre. É ser inteligente o tempo todo.
E no seu caso?
Treine subidas e descidas com passadas curtas e controladas
Ajuste a cadência de acordo com o terreno, não com o relógio
Grave seus treinos e observe sua técnica em trilhas técnicas
🧠 3. O cérebro dele bugou (e o seu também pode)
Sim, foi medido.
A resposta pupilar do Kilian após a prova indicou fadiga neurológica comparável a concussão leve.
Ou seja:
O corpo não é o único a quebrar numa ultra.
O cérebro também sofre — e precisa de treino.
O que você pode fazer?
Finalize treinos longos com trechos técnicos (simule fadiga mental para desenvolver dupla tarefa)
Treine descidas após subidas longas — exige foco sob pressão
Use exercícios de respiração e concentração pra manter o controle mental
🧠 Na trilha, o cérebro cansa antes da perna. E se ele parar, você para.
💧 4. Ele terminou desidratado e em acidose
O sangue do Kilian pós-prova mostrou:
Hemoglobina reduzida
pH alterado (acidose)
Alto grau de desidratação
Mesmo assim, ele cruzou a linha com força. Mas…
Ele é elite. E você? Pode ser um abandono na montanha.
Aplicação prática:
Pese-se antes/depois de treinos longos → perdeu mais de 2% do peso? Beba mais.
Treine com os sais e a hidratação que vai usar na prova.
Coma antes da fome. Beba antes da sede.
💡 Hidratação e energia na trilha são como corda de escalada: se você só percebe que precisa quando quebra, já é tarde demais.
(Ps: chame uma nutricionista para te ajudar nisso)
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💬 Agora quero saber de você:
📍 Qual parte desse estudo mais te surpreendeu?
📍 Você já tentou aplicar alguma dessas estratégias nos seus treinos?
Deixa aqui nos comentários! Vamos bater esse papo como se fosse depois do treino, sentados numa pedra, vendo o pôr do sol depois de mais um dia suado na trilha 🏔️
E se curtiu o conteúdo, compartilha com o grupo da assessoria, com aquele amigo que ama a UTMB ou com quem vive dizendo "ciência é só pra elite" 😅
📖 Referência científica:
Álvarez‑Herms, J. & Jornet, K. (2024). Physiological Data of Kilian Jornet During the Victory of UTMB 2022: An Exceptional Report of Maximal Metabolical Limits. Sports Medicine