Você já esteve no meio de uma prova longa, sentiu o corpo pesado, as pernas queimando e pensou: "E se eu tomar um ibuprofeno? Será que vou aguentar melhor?"
Não é uma ideia tão absurda. Na verdade, estudos mostram que até 75% dos corredores de maratonas e ultramaratonas tomam anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o ibuprofeno, durante as provas. O objetivo? Diminuir a dor e tentar render mais.
Mas será que essa estratégia realmente funciona? Ou será que estamos apenas enganando nosso corpo, mascarando um problema maior?
Uma nova pesquisa resolveu investigar exatamente isso, colocando o ibuprofeno à prova em uma corrida de 42 km em trilha. O resultado pode mudar sua maneira de enxergar o uso desses medicamentos.
O que a ciência descobriu?
Para testar o efeito do ibuprofeno, pesquisadores dividiram os corredores em dois grupos:
🔹 Grupo Ibuprofeno (IBG): tomou uma cápsula de 400 mg antes da largada e outra após 5 horas.
🔹 Grupo Placebo: tomou um comprimido sem efeito real.
Ao final da prova, foram analisados estresse oxidativo, fadiga muscular, dano muscular e desempenho geral.
Os resultados foram um verdadeiro "balde de água fria" para quem acha que o ibuprofeno melhora a performance:
✅ O ibuprofeno reduziu o estresse oxidativo e a fadiga muscular.
❌ MAS não melhorou o tempo de prova, a velocidade nem preveniu dano muscular.
Ou seja, ele ajudou em alguns aspectos fisiológicos, mas não trouxe benefícios diretos para a performance. E mais: ele pode estar escondendo um problema maior.
O problema de mascarar a dor
O que acontece quando você usa ibuprofeno para suportar a dor em uma prova? Simples: o corpo está sofrendo, mas você não percebe.
E isso pode levar a três grandes riscos:
⚠️ Maior chance de lesão: se a dor é um sinal de alerta, ignorá-la significa ultrapassar seus limites sem perceber.
⚠️ Prejuízo na recuperação muscular: sem sentir desconforto, você pode exagerar, causando mais dano do que o necessário.
⚠️ Problemas gastrointestinais: náuseas, refluxo e até diarreia são comuns em provas longas, e o ibuprofeno pode piorar isso.
No final, o que parece ser um “atalho” para um melhor desempenho pode, na verdade, te deixar mais vulnerável.
O que fazer para melhorar de verdade?
Se a solução não está em uma pílula, como podemos melhorar o desempenho sem correr riscos?
💪 Invista na resistência muscular: um corpo mais forte aguenta melhor a fadiga.
🫁 Melhore sua economia de corrida: menos gasto energético a cada passada significa chegar mais inteiro.
🥗 Ajuste sua nutrição: a combinação certa de carboidratos e eletrólitos tem um impacto maior do que qualquer ibuprofeno.
📊 Monitore sua carga de treino: evitar excessos é a melhor forma de não precisar de um analgésico.
O que separa um corredor consistente de um corredor que quebra cedo não é um remédio, mas sim um planejamento bem feito.
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Referência científica
📄 Souza, R. F. et al. Effects of ibuprofen during 42-km trail running on oxidative stress, muscle fatigue, muscle damage and performance: a randomized controlled trial. Research in Sports Medicine, 2024