Mulheres São Mais Resistentes em Ultramaratonas? O Que a Ciência Diz e Como Você Pode Aproveitar Isso no Treino
Imagine-se cruzando a linha de chegada de uma ultramaratona de 110 km. Você sente a exaustão nos músculos, mas também percebe que conseguiu manter um ritmo consistente mesmo em trechos que desafiaram cada parte do seu corpo.
Agora, imagine que essa corrida foi feita sob a lente da ciência, analisando cada músculo, cada contração, cada gota de energia utilizada. Foi exatamente isso que aconteceu em um estudo que avaliou diferenças de fadiga entre homens e mulheres em uma ultramaratona. E os resultados são tão fascinantes quanto inspiradores.
O Estudo: Como Ele Foi Feito
Pesquisadores acompanharam 20 corredores experientes (10 homens e 10 mulheres) durante uma ultramaratona de 110 km, com mais de 5.800 metros de ganho de elevação. Antes e depois da prova, eles mediram:
Força muscular (extensores do joelho e flexores plantares).
Fadiga central (no sistema nervoso).
Fadiga periférica (nos músculos).
Para isso, usaram estímulos elétricos e magnéticos, analisando o quanto cada grupo muscular era afetado após uma corrida tão extrema.
Os Resultados: Mulheres São Mais Resistentes?
🔸 Fadiga periférica (músculos):
Homens perderam mais força nos músculos da panturrilha (-23%) do que as mulheres (-8%).
Nos músculos extensores do joelho, a perda foi de -38% nos homens e -29% nas mulheres.
🔸 Fadiga central (sistema nervoso):
Foi igual entre homens e mulheres, mostrando que o sistema nervoso é afetado da mesma forma em ambos.
🔸 O que explica essa diferença?
Mulheres podem ter tendões mais flexíveis e músculos que sofrem menos danos durante o esforço prolongado.
Fatores hormonais também podem contribuir para uma maior resistência à fadiga.
Esses resultados ajudam a entender por que, em algumas ultramaratonas, mulheres têm performances excepcionais, muitas vezes superando homens em resistência.
O Que Isso Significa para Seu Treino?
💡 Dicas práticas para mulheres (e homens também!):
Fortaleça seus flexores plantares e extensores do joelho:
Inclua exercícios como elevação de panturrilha e agachamentos para reduzir a fadiga periférica.
Treine em condições variadas:
Replique as demandas da prova com treinos longos em subidas e descidas.
Trabalhe sua resistência mental:
A fadiga central é um desafio para ambos os sexos, então treine também sua capacidade de manter o foco.
Priorize recuperação:
Use técnicas como massagem, alongamento e descanso ativo para minimizar os danos musculares e acelerar a recuperação.
Transforme Seu Treino com Ciência
Os resultados desse estudo mostram que as mulheres têm uma resistência natural a certos tipos de fadiga, mas isso não significa que não possam melhorar ainda mais. E, para os homens, entender essas diferenças pode ajudar a ajustar o foco nos treinos.
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📝 Referência:
Temesi, J., et al. (2015). Are Females More Resistant to Extreme Neuromuscular Fatigue? Medicine & Science in Sports & Exercise.