Se depender só do relógio… sua forma física pode estar sendo subestimada (ou superestimada).
Se correr fosse só sobre dados, bastava um relógio bom pra correr uma maratona sub3.
Mas a realidade é outra.
Assisti a um vídeo muito interessante do canal Chase the Summit, onde o criador foi até um laboratório especializado para fazer o “padrão ouro” dos testes de VO₂ máx — aquele com máscara, esteira inclinada, suor e sofrimento máximo.
Depois, ele comparou esse valor “real” com o que os principais relógios e smartwatches do mercado estavam mostrando. Spoiler: o resultado é surpreendente (e até engraçado, se não fosse sério pra quem leva treino a sério).
Por que isso importa?
Porque muita gente toma decisões, se motiva, fica deprê com treino tendo como base esses números. E quando o número tá errado, já viu né?!
A história: suor, máscara e verdades desconfortáveis
A história do videoé bem básica…O criador do canal é corredor e decidiu refazer o teste, agora numa esteira (no vídeo anterior ele usou bicicleta, o que já muda tudo pro VO₂ máx de corredores). Resultado do laboratório: VO₂ máx de 57 ml/kg/min. Um número excelente pra idade dele.
A partir daí, começou a brincadeira: comparar esse valor com o que cada dispositivo de pulso (e de dedo!). E olha a surpresa:
Ultrahuman Ring Air: 44 (😬 quase 25% abaixo!)
Amazfit T-Rex 3: 48
COROS Pace Pro: 53
Garmin Fênix 8 / Tactix 8: 53–54
Apple Watch Ultra / Series 10: 55
Polar Grit X2 Pro: 56
Suunto Race S: 56.2
Ou seja… alguns relógios erram feio, outros erram por pouco — mas erram.
E o que isso ensina pra gente?
Que o VO₂ máx do seu relógio é só uma estimativa. Pode servir como tendência, mas não como verdade absoluta.
E tem mais:
Ele depende da qualidade do sensor de frequência cardíaca.
Precisa de dados de GPS consistentes.
E ainda usa o peso que você colocou no app (se tá desatualizado, bagunça tudo!).
O que você pode fazer com isso na prática?
1. Atualize seus dados no app. Peso, altura, FC máxima — tudo.
2. Use o VO₂ máx do relógio como tendência, não como verdade.
3. Se você quer dados confiáveis MESMO, procure um teste em laboratório.
4. Foque mais na sua percepção de esforço e evolução real no treino.
5. Se você corre em trilha, simplesmente ESQUEÇA esse numero, pois nenhum dispositivo lê terreno. Ou seja, se você fica muito tempo na trilha/sobe/desce seu vo2 vai ser sempre mais baixo (no relógio)…
Resumo da ópera: Seu relógio pode ser bom, mas ele não respira por você. E sem medir sua ventilação, ele só está chutando com base em algoritmos.
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E agora quero saber:
Qual foi a maior diferença de VO₂ máx que você já viu entre o laboratório e o relógio? Ou entre dois relógios diferentes?
Conta aqui embaixo ou compartilha com aquele amigo que confia demais no Garmin.
Referência:
📽️ Chase The Summit - “Quão preciso é o VO₂ Máx do seu relógio?”