Se você acha que quebrou na prova por falta de treino... talvez tenha sido falta de tesão mesmo….
Por que isso importa?
Porque manter o ritmo numa prova de trilha não depende só da força na perna ou do VO₂ alto. Tem um fator que quase ninguém fala — e que pode ser o divisor de águas entre render tudo ou sair frustrado do seu próximo desafio.
O que o tesão tem a ver?
Pesquisadores franceses analisaram 10 corredores experientes durante uma prova de trilha de 44 km com 1520 m de altimetria, em clima tropical — quente, úmido, desafiador.
Como foi feito o estudo?
A prova foi dividida em 8 voltas de 5,5 km. Ao final de cada volta, os atletas eram obrigados a parar por 10 minutos para realizar uma bateria de testes:
Sprints de 30 metros para avaliar a potência muscular (W/kg), velocidade e força horizontal.
Corrida submáxima de 30 segundos na esteira, para analisar economia de corrida e força vertical.
Avaliação subjetiva de esforço e prazer.
Pesagem corporal.
Monitoramento contínuo de ritmo, frequência cardíaca e variação da passada.
Os pesquisadores queriam entender:
👉 O que realmente influencia as variações de ritmo ao longo da prova?
E o que eles descobriram?
Três achados que viram a chave do treino de quem corre na montanha:
A maior queda de ritmo foi associada à queda de potência nos sprints.
Ou seja: quando o corredor perdia capacidade de gerar força nos tiros curtos, seu ritmo geral piorava.A percepção de prazer caiu conforme a prova avançava — e isso influenciou diretamente o ritmo.
Quanto menos prazer (TESÃO), mais lento o pace. Simples assim.A perda de peso corporal foi significativa.
Mesmo em “só” 44 km, teve atleta perdendo até 2 kg. Sinal claro de desidratação e impacto termorregulatório, o que compromete a performance.
Ah, e mais um detalhe importantíssimo:
✅ Os melhores desempenhos estavam diretamente ligados à velocidade aeróbica máxima (VAM) e ao % da VAM que o atleta conseguia sustentar durante a prova.
O que isso muda no seu treino?
Muito. E agora vai ficar prático:
🔹 Treine potência curta.
Inclua sprints curtos (30 a 40 metros) em subida. Eles preservam sua força no final da prova.
🔹 Avalie o Tesão pelo desafio/prova…
Sabe aquele treino longo onde você ficou emburrado o tempo todo? É sinal de alerta. Use estratégias mentais que tragam leveza: música, objetivos por trecho, visualizações positivas.
🔹 Planeje a hidratação.
Mesmo provas mais curtas em clima quente exigem protocolo. Não é só beber quando der sede — é pesar antes e depois dos treinos longos e ajustar líquidos baseado na sua perda real.
🔹 Foque na VAM e na % de VAM.
Treinos intervalados que melhorem a VAM (ex: 5 x 3’ forte com 2’ de trote) e sessões de ritmo que te ensinem a sustentar esforço alto com constância.
Lição Final
O corpo vai até onde a mente permite. E vai melhor ainda se tiver energia (e água) pra isso.
Ritmo em trilha é mais do que VO₂. É potência. É Tesão. É saber regular.
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Agora me conta aqui:
Qual foi a prova em que o seu ritmo te derrubou… e o que você acha que faltou?
📚 Referência científica:
Groslambert, A. et al. (2020). Influencing Factors of Pacing Variations and Performance in a 44-Kilometer Mountain Trail Race. Advances in Physical Education, 10, 81-96.
Tenho que concordar! Com tesão tudo anda melhor e não estamos falando apenas de corrida kkkkkk