Se você já correu uma ultramaratona trail ou sonha em encarar essa maluquice, prepare-se para entender o que acontece com seu corpo depois de horas e horas nas montanhas. Um grupo de cientistas malucos (ou só muito curiosos) resolveu investigar o que acontece com os corredores depois de uma prova de 108 km, cheia de subidas e descidas. O resultado? Confirmaram cientificamente aquilo que todo ultramaratonista já sabe: você vira um zumbi (famosos walking dead)!
Testando zumbis – Ops, Corredores!
O estudo dividiu os participantes em dois grupos: os amadores (que treinam menos e sofrem mais) e os de alto nível (que treinam mais e sofrem um pouco menos). Antes e depois da prova, eles mediram a potência muscular com testes de salto, analisaram o sangue dos corredores e conferiram como estava a hidratação. Tudo isso para entender o que acontece quando a gente resolve passar um dia inteiro correndo sem parar.
Força e potência ladeira abaixo
Sabe aquela sensação de que, no começo da prova, você está saltitando feito um cabrito e, no final, parece um pinguim cansado? Pois é! Os testes mostraram que, após a prova, a altura dos saltos dos corredores despencou, indicando uma fadiga neuromuscular absurda. A boa notícia? Quem treina mais perde menos força(que novidade!) – ou seja, vale a pena incluir treinos de potência e resistência excêntrica no seu planejamento.
🔹 Dica prática: Trabalhe com exercícios de força excêntrica, como agachamentos descendo devagar.
Músculos pedindo socorro
Se você já acordou no dia seguinte a uma ultra se sentindo atropelado por um caminhão (ou uma boiada inteira), parabéns, você faz parte do clube! O estudo mostrou que os níveis de creatina quinase (CK) e alanina aminotransferase (ALT) subiram lá para as alturas – esses são os marcadores bioquímicos que indicam que seus músculos estão gritando de dor e pedindo um descanso. Além disso, a bilirrubina aumentou, sinal de que rolou uma boa dose de destruição de glóbulos vermelhos pelo impacto contínuo da corrida.
🔹 Dica prática: Aposte na recuperação! Massagem, crioterapia, treinos regenerativos e, claro, muita comida boa ajudam a reconstruir a casa depois desse terremoto muscular.
Os rins fazem hora extra
Outra coisa que os cientistas observaram foi que os níveis de creatinina no sangue aumentaram muito, especialmente nos corredores de alto nível. Isso significa que os rins estavam trabalhando dobrado para filtrar tudo o que o corpo estava eliminando. E, apesar da hidratação constante, a sobrecarga foi real.
🔹 Dica prática: Beba líquidos de forma inteligente! Não adianta só tomar água – equilibre eletrólitos e ajuste sua hidratação para evitar problemas renais depois da prova.
Conclusão: Treine Certo, Sofra Menos!
Ultramaratonas são brutais, mas um bom treinamento pode minimizar os danos e melhorar seu desempenho. Agora que você já sabe o que acontece com seu corpo, que tal treinar de forma mais inteligente?
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E aí, bora treinar direito para encarar sua próxima ultra sem virar um zumbi? Vem pro time da Fetter Trail Training e compartilha esse texxto com o grupo de whats de zumbis…
Pradas, F., Falcón, D., Peñarrubia-Lozano, C., Toro-Román, V., Carrasco, L., & Castellar, C. (2021). Effects of Ultratrail Running on Neuromuscular Function, Muscle Damage and Hydration Status. Differences According to Training Level.
Texto sensacional 👏👏