Essa é pra cutucar: aquela dor no corpo no dia seguinte ao treino forte — será que ela significa que você exagerou ou que você tá evoluindo?
Por que isso importa?
Porque saber lidar com a dor muscular pós-treino (a famosa DOMS) pode ser a diferença entre uma sequência consistente de treinos ou uma série de pausas desnecessárias.
E vou te contar: seu corpo não precisa parar sempre que sente. Ele precisa entender o que está sentindo.
O que é essa tal de dor tardia?
Imagina seu músculo como um colchão inflável.
No treino, você pisa nele algumas vezes (com força, diga-se de passagem). No dia seguinte, ele não tá rasgado — mas está cheio de ar, mais sensível. É o edema, a inflamação leve, aquele líquido extra que pressiona sensores de dor. Não é a fibra muscular que dói. É o inchaço da parada toda que causa desconforto.
A dor não aparece na hora do treino porque o processo inflamatório é mais lento — ele cresce devagar, como aquela fila de montanha-russa que parece que nunca anda, mas quando chega é pura emoção (quem tem filhos pegou a referência)
“Fetter, posso treinar com dor ou não?”
Depende (resposta que serve para todas as perguntas sobre treinamento).
Se a dor for leve a moderada, SIM, pode treinar — com algumas estratégias inteligentes:
Reduza a intensidade e o volume.
Faça treino cruzado: se doeu perna, treina braço.
Inclua aeróbicos leves: uma caminhadinha ou pedal de 30 minutos ajudam a “bombear” o líquido inflamatório pra fora.
Movimentos suaves: nada de rolo de liberação brutal ou alongamento hardcore. A ideia aqui é carinho, não pancada.
Se estiver muito dolorido, escuta o corpo. Ele fala. Só não grita o tempo todo.
O que alguns estudos norteiam?
Estudos mostram que a dor não indica lesão real. Ela é um reflexo da adaptação do corpo ao novo estímulo. E sabe o que mais? Exercícios leves durante essa fase reduzem a dor — isso se chama analgesia induzida pelo exercício.
Ou seja: movimento vira remédio (importante salientar, NÃO TOME REMEDIOS, isso só vai mascarar ainda mais).
(Connolly et al., 2003; Cheung et al., 2003)
Moral da história:
A dor muscular tardia não é vilã.
Ela é só um bilhete dizendo: “Ei, você me desafiou. Estou me adaptando, calma.”
Saber quando e como continuar treinando faz parte da inteligência do corredor.
E você?
É do time que ama sentir que o treino bateu… ou foge do treino quando o corpo reclama? Comenta aí, compartilha com os parceiros de trilha e bora trocar ideia.
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Referências:
Cheung, Hume & Maxwell (2003). Delayed Onset Muscle Soreness: treatment strategies and performance factors. Sports Med.
Connolly, Sayers & McHugh (2003). Treatment and prevention of delayed onset muscle soreness. J Strength Cond Res.
Depois de muito tempo treinando tu aprende a entender teu corpo e sabe bem certinho se é uma lesão grave ou se dá pra fazer a recuperação ativa reduzindo ritmo e intensidade. A experiência é tudo na corrida ! Bons treinos !